A
renovação urbana, em poucas e resumidas palavras, é o ato de mudar as
características urbanas (físicas) de um bairro ou conglomerado maior (cidade),
que pode acontecer por diversos motivos, fato costumeiro no primeiro mundo.
O Setor Sul foi elaborado pelo
urbanista Armando Godoy, visando ser um bairro residencial, onde as residências
seriam erguidas, tendo sua frente (parte social) voltada para as áreas verdes e
seu fundo (parte de serviços) voltado para os cachos (cul de sac) destinado à
circulação de veículos. Sua pretensão era que o Poder Público desse incentivo
em forma de desconto no valor do IPTU para que os moradores sentissem motivados
em cuidar das áreas verdes como um jardim de sua casa, como troca; fato que não
aconteceu.
A realidade é de uma área verde mal
conservada, cercada por muros, formando um corredor de visual nada agradável,
área propensa à marginalidade. Sua destinação residencial esta acabando, a cada
dia novos escritórios ou outro tipo de comércio ali surgem. Será que seu
caráter histórico deve ser preservado? O
Projeto Cura já não deu certo. Quem
arcará com os custos da preservação?
Nada do comodismo de jogar ao Poder Público a responsabilidade, que mal
consegue cuidar da Saúde e da Educação da população.
A proposta de criar a Avenida 85-A (Cora Coralina)
irá provocar a renovação urbana e desenvolvimento ao bairro mudará a legislação
vigente, sobre o que se pode ou não construir no bairro, usos das construções,
costumes, investimentos, empregos novos, etc., ou seja, movimentará a cidade
por longo tempo e, sem o erário Público, para consolidar as mudanças do bairro.
Especulação imobiliária, sempre
existiu e irá sempre existir, em qualquer parte do mundo, ela provoca o
desenvolvimento da região, basta lembramos como era há pouco tempo à região da
Avenida Pio XII e a saída para Guapó e Rio Verde; o que se deve tentar é prever
como será o bairro daqui a 15 ou mais anos, e tentar uma legislação apropriada
de ocupação urbana para que as edificações futuras sejam calcadas numa
densidade populacional adequada para região sem comprometer o desenvolvimento
do bairro e o seu sistema de ruas com congestionamentos.
A Faculdade de Arquitetura poderia
ter em um dos seus papéis sociais proporem, através de trabalhos dos seus
alunos e professores propostas de renovação urbanos, para novas intervenções na
cidade de Goiânia e outras cidades de Goiás, que poderiam ser o ponto de
partida para as intenções do Poder Público.
A crítica deve ser fundamentada,
também, em conteúdo técnico e não em um mero jogo de palavras emocionais.
O arquiteto tem por formação, uma
liberdade de expressão e de pensamentos que o ajudam, constantemente, a propor
novas idéias e soluções para problemas existentes. Eles estão sempre abertos a discussões
de idéias, mostrando o espírito do que é Arquitetura.